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FILOSOFIA                                                                                                                              Prof. George Artur

Afeto materno e sexualidade infantil
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Freud, Sigmund. 1905).

Nesse texto, Freud mostra como a relação de troca de afetos entre mãe e filhos afeta o desenvolvimento da sexualidade das crianças. Freud também está interessado em compreender até que ponto os casos de sedução do adulto sobre a criança estão na origem das neuroses.

“Talvez não se queira aceitar o fato de que o terno sentimento e a estima da criança às pessoas que lhe cuidam deveriam se identificar com o amor sexual; mas, em minha opinião, uma investigação psicológica cuidadosa fixará sempre e sem deixar dúvida esta identidade. A relação da criança com estas pessoas é para ela uma inesgotável fonte de excitação sexual e de satisfação das zonas erógenas. A mãe, sobretudo, atende a criança com sentimentos procedente de sua própria vida sexual, a acaricia, beija e mexe tomando-lhe claramente como substituto de um completo objeto sexual. A mãe se horroriza provavelmente de conhecer esta explicação e ver que com sua ternura desperta a pulsão sexual de seu filho e prepara a sua posterior intensidade. Considera seus atos como manifestações de puro amor assexual, posto que evita com todos os cuidados excitar os genitais da criança mais do que o imprescindível para proteger a higiene corporal. Mas a pulsão sexual não é tão somente despertada pelas excitações da zona genital. O que chamamos ternura exteriorizará notavelmente um dia o efeito exercido pelas zonas erógenas. Se a mãe compreendesse melhor a alta significação da pulsão para a total vida psíquica e para todas as funções éticas e anímicas, não se faria nenhuma reprovação, ainda quando admitisse totalmente nossa concepção. Ensinando seu filho a amar, não faz mais do que cumprir um de seus deveres. A criança tem que chegar a ser um homem completo, com necessidades sexuais energéticas, e levar a um fim em sua vida tudo aquilo que a pulsão impulsiona ao homem. Um excesso de ternura materna talvez seja prejudicial à criança, por acelerar sua maturidade sexual, acostumar-lhe mal e fazer-lhe incapaz, em épocas posteriores de sua vida, de renunciar temporariamente ao amor ou contentar-se com uma pequena parte do mesmo. As crianças que demonstram ser insaciáveis em sua demanda de ternura materna, apresentam com isso um dos sintomas de futura nervosidade. Por outra parte, os pais neuropatas são, em geral, os mais inclinados a uma ternura sem medida, despertando assim em seus filhos, antes de nada e por suas carícias, a disposição a posteriores enfermidades neuróticas. Vemos, pois, que os pais neuróticos dispõem de um caminho diferente da herança para legar a seus filhos sua enfermidade”. (p. 1225)

Cena Incestuosa – clinica psicanalítica
Renata Udler Cromberg
Casa do Psicólogo, 2001.

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