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FILOSOFIA                                                                                                                              Prof. George Artur

A Pólis como lugar natural dos homens

Por que os homens vivem em sociedade? Conforme Aristóteles (384-322 a.C.) a tendência do homem em viver em grupo, de forma coletiva, seria inata (que nasce com o indivíduo). Aristóteles estranha a ideia de existir algum homem que prefira viver sozinho. “Aquele indivíduo que não vive em grupo, afirma Aristóteles, ou é um ser desprezível ou um deus (superior aos homens)”.

Para Aristóteles não basta que os homens vivam em bandos ou em grupos, como fazem muitos outros animais, mas é necessário que exista entre os homens certos objetivos comuns. Para ele, é em função de um certo bem que os homens vivem em sociedade. E esse bem precioso que todos os homens buscam é a felicidade. Contudo, conforme Aristóteles, a felicidade do homem só pode ser alcançada através da vida coletiva. Assim, a vida social é a condição necessária para a realização plena do homem e de sua felicidade.

Na visão política de Aristóteles, a disposição do homem em viver de forma coletiva não é acidental nem forçada, mas faz parte de sua essência natural. Para ele, a própria Natureza impôs essa condição ao homem e, por isso, Aristóteles afirma que “o homem é um animal político”. Nesse sentido, o propósito do homem é a vida social.

Em conformidade com o propósito da Natureza, o homem, como outros animais, inicia a organização da sua vida coletiva primeiro por meio da família, depois, ainda seguindo um processo natural, as famílias evoluem na forma de organização e constituem uma aldeia (ou povoado, quer dizer, numa pequeno agrupamento de grupos familiares). Para Aristóteles, contudo, essas suas formas de organização (família e aldeia) têm como objetivo principal a sobrevivência e, por isso, segundo ele, elas não se diferem das formas de organização dos outros animais.
A organização coletiva ideal e que só pode ser desenvolvida pelo homem (único animal dotado da capacidade de falar de maneira sensata e de refletir sobre os seus atos) é a Pólis (a Cidade). “Somente na Cidade (Pólis) – organização fundada não sobre a força, não sobre interesses passageiros, não sobre as determinações dos deuses – é que o homem pode realizar a virtude inscrita em sua essência”, afirma Aristóteles. Portanto, para ele, a Pólis não é simplesmente um lugar onde estão amontoadas grandes concentrações de pessoas e prédios, mas significa um lugar especial onde estão dadas todas as condições necessárias para que o homem realize aquele seu propósito natural, qual seja, o de alcançar a felicidade.

Conforme Aristóteles, quando o homem exercita todos os seus direitos e deveres como cidadão da Pólis, sempre vivendo de acordo com a Lei e agindo de forma virtuosa e justa, ele promove, ao mesmo tempo, a sua felicidade e a felicidade da Pólis (de todo o conjunto das pessoas que vivem na Cidade). E quando o homem chega nesse nível de comportamento, significa que ele atingiu o seu propósito, ou seja, que ele realizou o plano da própria Natureza.

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